Mês de Abril e Praga mais a sua Maratona

Abril foi o último mês a anteceder o meu maior desafio enquanto desportista!

Vim durante pouco mais de 4 meses a preparar a minha primeira Maratona e abril foi a reta final para tamanho desafio.
Foi um mês inteiro de treinos em estrada e em pista, sem qualquer prova ou evento pelo meio, apenas seguir o plano de treino elaborado pelo meu treinador pessoal.

Tendo por base a importância do desafio, os treinos foram exigentes e levaram a novos máximos registados, pelo que naturalmente atingi quilómetros e horas de treino nunca antes alcançados. Num total de 352km e 31h19 fechei o mês onde corri em pista de alcatrão (Estádio de Moimenta da Beira), em pista de tartan (Estádio de Aguiar da Beira) e naturalmente em estrada!

Quanto a Praga e à sua Maratona… para jamais esquecer!

Começando pela cidade, Praga sempre foi daqueles destinos que tinha como alvo a visitar e descobrir.
Cidade conhecida como "cidade das cem cúpulas", podemos dizer que é uma cidade com mais de 200 torres e ao observá-la de um ponto mais alto é sem dúvida um excelente quadro!
Cada prédio podia ser por si só um monumento, é um regalo para as vistas observar a arquitetura da própria cidade. Tem muito para ver mas há pontos a não perder e realce para a Ponte Charles, o Relógio Astronómico, a Praça Velha, a Praça Venceslau, o Castelo de Praga, …aliás, é calçar umas confortáveis sapatilhas e percorrer as suas ruas da zona mais central da cidade, vale a pena!

Maratona de Praga, o meu maior feito até hoje!
Tenho imensas provas em BTT que ficarão para sempre marcadas, mas correr uma Maratona e ainda para mais numa cidade como é Praga para mim, é para sempre lembrar, não corro o risco sequer de mencionar que é para tarde recordar!

O objetivo que se tem quando se parte para a primeira Maratona é… completá-la!
Talvez não seja para todos esse o principal foco, mas para mim era. Não estava preocupado com o tempo que a levaria a completar, mas queria sem dúvida alguma aquela medalha de Finisher e trazê-la comigo para casa. Embora tivesse um grupo de amigos (seita do mói a cabeça a qualquer um… os Bikers’additcs sempre a top!), onde se inclui também o meu treinador,  que andaram durante semanas a massacrar-me com um tempo alvo, ao qual eu respondia “sois tolos” e “quero é acabá-la”.

Comecei a Maratona para trás do meio pelotão (éramos 8949 runners e quando passei a linha de partida o relógio já marcava quase 5 minutos de prova) e o ritmo nos 2 primeiros quilómetros foi bastante lento, tal era a quantidade de sapatilhas que saltitavam naquelas ruas checas! Depois de ter passado a indicação dos 2km ficou o espaço mais aberto e pude correr no meu ritmo, que observando a aplicação de corrida que uso no meu Garmin (relógio GPS) me dava uma previsão de tempo de corrida que me permitiria atingir ou superar aquele tempo com que fui bombardeado pelo tal grupo de amigos.

Muito próximo do km 18, há uma zona de abastecimento liquido e ao fazer um movimento lateral para apanhar um copo de água sinto uma picada no quadricep direito e seguido de uma dor pouco agradável, que foi agravando a cada nova passada. Com a placa dos 24km à minha frente decido parar que a dor estava a tornar-se insuportável e o pensamento naquele momento foi… acabou-se!
Na via contrária à qual eu estava, corria-se ainda o km 19 e ao ver alguns runners, ainda mais atrasados do que eu e com visíveis dificuldades, ganho um alento que me fez pensar em tudo o que fiz por esta maratona nos últimos 4 meses e meio e a decisão é tomada, tenho de pegar naquela medalha de Finisher!

E assim foi, com a Cristina à minha espera no meio de milhares de pessoas na zona de Meta (impressionante a moldura humana nos últimos 1500 metros do percurso), bem no centro da Praça Velha da Cidade, passei a linha de chegada e recebi, com uma grande emoção e sensação de superação pessoal, aquela peça metálica, que mesmo não tendo qualquer valor monetário, representa para mim a maior conquista que tive até aos dias de hoje na pratica de uma atividade desportiva!